segunda-feira, 26 de junho de 2017

Homenagem a Sonny Rollins

O octagenário saxofonista Sonny Rollins completa 87 anos no dia 7 de setembro. Afastado dos palcos há 4 anos, o músico será homenageado este ano no festival de jazz de Monterey. No palco estarão os saxofonistas Joe Lovano, Branford Marsalis e Joshua Redman.

Além disso, o Schomburg Center for Research in Black Culture, uma instituição de pesquisa no bairro do Harlem, na cidade de Nova York, adquiriu recentemente dezenas de gravações e anotações inéditas de Sonny Rollins para o seu acervo.

A última "empreitada" para imortalizar ainda mais o grande saxofonista é a tentativa de mudar o nome da ponte Williamsburg, que liga o baixo Manhattan com o bairro do Brooklyn.

Foi nessa ponte que Rollins praticou saxofone por três anos, no fim dos anos 50, durante um período sabático de sua vida. Assim que voltou à ativa, Rollins lançou o disco "The Bridge", em 1962, ao lado do trio liderado pelo guitarrista Jim Hall, o baterista Ben Hiley e o baixista Bob Cranshaw.

Vale lembrar que a cidade de Nova York já tem o Adam Yaunch Park, o Joey Ramone Place, a Miles Davis Way e o Bobby Short Place.

Escute abaixo a íntegra do disco "The Bridge".




No vídeo a seguir, em entrevista a Ben Sidran, em 1985, Rollins fala sobre a experiência em tocar com o pianista Thelonious Monk e também sobre o seu sumiço, em 1959, para praticar saxofone na ponte Williamsburg. Ele justifica essa atitude por ter se sentido muito exposto com o grande sucesso que fazia na época.


terça-feira, 20 de junho de 2017

Talking Jazz

O pianista Ben Sidran apresentou nos anos 80 o programa Sidran On Record, na rádio pública dos EUA. No programa, ele trazia entrevistas com grandes nomes do jazz, entre eles Miles Davis, Dizzy Gillespie e Herbie Hancock. Na foto ao lado, Sidran conversa com o pianista Chick Corea.

Em 2007, Sidran lançou uma caixa com 24 CDs, chamada Talking Jazz, contendo 60 históricas entrevistas, incluindo o produtor Max Gordon, fundador da casa de jazz Village Vanguard, em Nova York, e Rudy Van Gelder, engenheiro de som da gravador Blue Note. Você pode ter mais detalhes sobre essa caixa e comprá-la aqui

Na foto ao lado você encontra o nomes de todos os músicos que fazem parte da caixa de CDs com as entrevistas feitas pelo músico.

Neste link, você encontrará na íntegra oito dessas entrevistas para ouvir on line ou para fazer download.

Entre as entrevistas que você encontrará no site estão a íntegra de conversas com Miles Davis, Michael Brecker, Dizzy Gillespie, Don Cherry e Freddie Hubbard.

Para quem prefere ler, também é possível encontrar essas entrevistas no livro Talking Jazz. Assim como os áudios, as entrevistas do livro também estão em inglês. No livro, você encontra entrevistas com McCoy Tyner, Keith Jarrett, Sonny Rollins, Bob James, Wynton Marsalis, entre outros. Saiba mais sobre o livro aqui

terça-feira, 30 de maio de 2017

Mark Isham - Blue Sun

Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim. Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido".

Mas não totalmente perdido. Além do livro Jazz ao Seu Alcance - que traz todo o conteúdo do guia (dicas de CDs, DVDs, livros, entrevistas e muito mais) - você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.

Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui

Mark Isham - Blue Sun (1995)

Ele é desconhecido no Brasil, mas um músico respeitado na Europa e Estados Unidos. Sua carreira é mais centrada nas trilhas sonoras, até hoje mais de 50. Entre elas, Amor a Primeira Vista, Quiz Show, Paixão Eterna e a trilha do seriado de TV Chicago Hope. Já foi premiado com um Grammy de melhor gravação de new age. Isso mesmo, Mark Isham também ataca nesse gênero. Depois dessa introdução, você deve estar se perguntando o que ele está fazendo em um livro sobre jazz.

Nos últimos anos, além de todos esses trabalhos, o trompetista Mark Isham tem se dedicado ao jazz, como, por exemplo, o álbum Miles Remembered, de 1999, no qual faz um tributo ao trompetista Miles Davis. Porém, quatro anos antes, Isham lançou Blue Sun, seu primeiro disco voltado exclusivamente ao jazz.

A proximidade com o gênero veio por causa da devoção a Davis e pelo instrumento que toca, o trompete. Em Blue Sun, o músico tentou usar o seu virtuosismo e sua experiência com a música new age a favor do jazz.

Cercado de um grupo afinado, com David Goldblatt (piano), Steve Tavaglione (sax tenor), Doug Lunn (baixo) e Kurt Wortmann (bateria), o disco consegue ficar entre o bebop e o cool, de uma maneira agradável e hipnótica. O CD traz nove músicas, sendo que apenas “In A Sentimental Mood”, clássico de Duke Ellington, e “Lazzy Afternoon” não são de autoria do músico.

A grande maioria das melodias é baladas para ouvir a dois. É o caso de “That Beautiful Sadness”, “In More Than Love” e “And Miles To Go Before He Sleeps”, na qual o sax de Tavaglione é destaque. As mais jazzísticas são “Barcelona”, “Trapeze”, “Blue Sun” e “Tour De Chance”, que lembra os trabalhos do guitarrista Pat Metheny nos anos 90.

Blue Sun é um daqueles discos que provavelmente você não encontrará nas lojas e que a gravadora Sony do Brasil mal deve saber quem é “esse tal de Mark Isham”. Mais uma vez, um álbum de qualidade fica em segundo plano. Não deixe de conhecer essa preciosidade.