terça-feira, 30 de maio de 2017

Mark Isham - Blue Sun

Por 14 anos o Guia de Jazz esteve no ar com a missão de aproximar os internautas ao jazz. Um dos tópicos mais visitados era o de dicas de CDs, no qual dezenas de discos eram indicados e resenhados por mim. Infelizmente, com o fim do site em setembro de 2015, todo esse acervo foi "perdido".

Mas não totalmente perdido. Além do livro Jazz ao Seu Alcance - que traz todo o conteúdo do guia (dicas de CDs, DVDs, livros, entrevistas e muito mais) - você encontrará quinzenalmente neste blog algumas dicas de CDs publicadas anteriormente no site Guia de Jazz.

Sempre que possível, ao final de cada resenha você encontrará vídeos do Youtube com algumas faixas do disco indicado para escutar. Boa leitura e audição. Veja outras dicas de CDs aqui

Mark Isham - Blue Sun (1995)

Ele é desconhecido no Brasil, mas um músico respeitado na Europa e Estados Unidos. Sua carreira é mais centrada nas trilhas sonoras, até hoje mais de 50. Entre elas, Amor a Primeira Vista, Quiz Show, Paixão Eterna e a trilha do seriado de TV Chicago Hope. Já foi premiado com um Grammy de melhor gravação de new age. Isso mesmo, Mark Isham também ataca nesse gênero. Depois dessa introdução, você deve estar se perguntando o que ele está fazendo em um livro sobre jazz.

Nos últimos anos, além de todos esses trabalhos, o trompetista Mark Isham tem se dedicado ao jazz, como, por exemplo, o álbum Miles Remembered, de 1999, no qual faz um tributo ao trompetista Miles Davis. Porém, quatro anos antes, Isham lançou Blue Sun, seu primeiro disco voltado exclusivamente ao jazz.

A proximidade com o gênero veio por causa da devoção a Davis e pelo instrumento que toca, o trompete. Em Blue Sun, o músico tentou usar o seu virtuosismo e sua experiência com a música new age a favor do jazz.

Cercado de um grupo afinado, com David Goldblatt (piano), Steve Tavaglione (sax tenor), Doug Lunn (baixo) e Kurt Wortmann (bateria), o disco consegue ficar entre o bebop e o cool, de uma maneira agradável e hipnótica. O CD traz nove músicas, sendo que apenas “In A Sentimental Mood”, clássico de Duke Ellington, e “Lazzy Afternoon” não são de autoria do músico.

A grande maioria das melodias é baladas para ouvir a dois. É o caso de “That Beautiful Sadness”, “In More Than Love” e “And Miles To Go Before He Sleeps”, na qual o sax de Tavaglione é destaque. As mais jazzísticas são “Barcelona”, “Trapeze”, “Blue Sun” e “Tour De Chance”, que lembra os trabalhos do guitarrista Pat Metheny nos anos 90.

Blue Sun é um daqueles discos que provavelmente você não encontrará nas lojas e que a gravadora Sony do Brasil mal deve saber quem é “esse tal de Mark Isham”. Mais uma vez, um álbum de qualidade fica em segundo plano. Não deixe de conhecer essa preciosidade.






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